vida na nova zelândia

Bruna Gontijo, 32 anos, e Murilo Gontijo, 34 anos, moram atualmente na Nova Zelândia, na cidade de Queenstown, com a filha Sarah Gontijo, de apenas 1 ano e 6 meses. Há alguns anos eles sofreram um assalto a mão armada em Curitiba, onde moravam, tendo carro e pertences levados pelos assaltantes. O fato mudou a vida do casal. Na época, eles eram noivos e decidiram se casar, arrumar as malas e imigrar para a Nova Zelândia. Se passaram quatro anos e agora têm uma vida tranquila na pequena Queenstown, cidade com quase 10 mil habitantes. Murilo é sous-chef e Bruna trabalha como merchandiser para grandes marcas, como Nestlé e Bluebird. O casal falou com O Jornal e contou um pouco sobre a vida no país que ficou ainda mais conhecido recentemente pela maneira como encarou a pandemia da COVID-19. De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, foram registrados no país 1.504 casos COVID-19 e apenas 22 mortes. A Irlanda, outro país com população semelhante, registrou mais de 25 mil casos e mais de 1,7 mil mortes.

Bruna conta que foi para a Nova Zelândia com visto de estudante para três meses, em 2016. “Sempre tive o sonho de morar fora e nunca consegui realizar. Decidimos casar e começar a nossa vida fora para ter mais qualidade de vida e segurança. O Murilo fez inglês no Brasil, mas chegando na Nova Zelândia o inglês dele não foi o suficiente, pois os Kiwis têm um sotaque muito difícil. É diferente, eles falam rápido, a escola ajudou muito o Murilo a melhorar a conversação, mas o dia a dia, trabalhando, foi o primordial para a evolução dele na língua”.

Ela afirma que o seu início de vida na Nova Zelândia não foi fácil. Conhecer bem a língua é primordial. “Vim zero de inglês. Para mim tudo foi muito difícil no início, chorava todos os dias, não entendia nada na escola, tive dor de cabeça por três meses por nervoso de achar que não ia conseguir nunca falar o inglês. Também não conseguia emprego, nem como estudante, por não falar a língua. Batia de porta em porta para pedir emprego e não conseguia nada porque também não entendia o que falavam e não sabia me expressar, dizer que estava ali para aprender e que eu queria uma chance para aprender. Consegui trabalho com brasileiros e isso dificultou um pouco o meu aprendizado. Mas, quando consegui relaxar e perceber que a língua era importante para o meu crescimento, resolvi ir atrás de outro emprego para poder evoluir. Foi aí que consegui aprimorar o inglês e evoluir”.

Eles se arrependem de não terem ido antes para a Nova Zelândia. Voltar para o Brasil não está nos planos. “Não pensamos em voltar para o Brasil, pois o que construímos nestes quatro anos jamais teríamos no Brasil. A única coisa que nos arrependemos foi de não ter vindo antes, pois se tivéssemos vindo 1 ou 2 anos antes, hoje já teríamos nossa residência. As leis mudaram muito depois que chegamos e eles estão dificultando cada vez mais para os imigrantes. A Sarah nasceu aqui, mas ela não é neozelandesa ainda, porque não temos residência. Ela é italiana porque eu tenho cidadania, mas também não é brasileira porque não fizemos os documentos dela ainda. Estamos no trâmite para pedir a residência, mas por conta da COVID-19 acabou atrasando tudo”.

Custo de aluguel é um pouco alto, mas ganha-se bem

Murilo falou sobre o custo de aluguel na cidade em que moram. “Aqui tem custo de vida alto de aluguel. No primeiro mês no país, moramos em casa de família, depois dividimos uma casa com um outro brasileiro. Mas, como tínhamos casado recentemente queríamos a nossa privacidade e liberdade, então quando nós dois já estávamos com emprego certo, visto de trabalho full time, decidimos alugar um studio para termos o nosso canto”. Ele falou sobre os valores de aluguel. “Quando morávamos no studio, pagávamos 420 dólares por semana (com energia inclusa). Depois fomos para um apartamento de um quarto, que pagávamos 540 por semana (sem energia inclusa) e hoje moramos em uma casa de dois quartos e pagamos 680 por semana (sem energia inclusa)”.

Os aluguéis são um pouco salgados, mas ganha-se bem também na Nova Zelândia. “Qualquer área que você trabalhe aqui, se trabalhar full time, por exemplo, no mínimo 30 horas por semana, mesmo que receba o salário mínimo você consegue juntar dinheiro. E a maioria das pessoas faz mais de 30 horas por semana”, afirmou Murilo que diz preferir morar em Queenstown porque é uma cidade pequena. “Já nos adaptamos com a vida aqui, pela facilidade de ir em todos os lugares rápido e de maneira fácil”. No mercado, por exemplo, segundo Murilo, com 100 dólares por semana dá para fazer uma grande compra para a casa, incluindo coisas de bebê. “Coisas que no Brasil são mais caras e aqui é super acessível. Vale muito a pena o sacrifício de morar fora apesar da saudade da família e dos amigos que deixamos”.

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