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Anulação de assembleia do Rio Preto se arrasta há mais de dois anos

17 de fevereiro de 2022

No dia 11 de junho de 2019 o juiz Lincoln Augusto Casconi, da 5ª Vara Cível, recebeu entre os vários processos que são apresentados na Justiça, um que daria muito trabalho para ele no futuro. Era um pedido de anulação de uma suposta assembleia do Rio Preto Esporte Clube. Onze sócios e ex-dirigentes do clube estavam denunciando o então presidente, José Eduardo Rodrigues, e o presidente do Conselho, Itamar Rubens Malvezzi, de terem feito uma assembleia de maneira irregular. O processo (1024195-89.2019.8.26.0576) se arrasta desde então.

Numa primeira decisão, Casconi afastou Rodrigues do comando do clube, mas amparado numa liminar do Tribunal de Justiça, o presidente do Jacaré retomou o poder. Passados mais de dois anos e meio, o processo está concluso para decisão. E muita coisa rolou para chegar até aqui. Nesses mais de dois anos, ex-dirigentes que estavam envolvidos no processo acabaram morrendo. É o caso do cartorário Gumercindo de Seta, ex-vice do clube e conselheiro, e do vendedor Carlinhos Turiúba, o Jacaré, ex-diretor e conselheiro.

Mais de 50 pessoas se manifestaram no processo durante esse período. Nomes conhecidos na cidade, como o deputado estadual licenciado, Itamar Borges, o secretário de Esportes, Fábio Marcondes, o presidente da Acirp, Kelvin Kaiser, o sócio da Rodobens, Márcio Anísio Haddad, entre outros, figuram como parte do processo. O trabalho foi grande. Algumas das partes envolvidas, intimadas pela Justiça para darem satisfação sobre suas participações na suposta assembleia, que teria ocorrido no dia 31 de dezembro de 2018, demoraram meses para serem notificadas. Oficiais de Justiça relataram diversas vezes que estavam sendo trapaceados.

O juiz Casconi condenou José Eduardo Rodrigues por litigância de má fé em várias situações. “Seu intuito de opor resistência injustificada ao bom andamento do processo, na tentativa de assegurar até então que o seu diretor, o corréu José Eduardo Rodrigues, mesmo ciente deste processo, pudesse evadir-se mais uma vez à sua citação, após quase dois anos de tentativas para tanto, contando com essa defesa daquele, ainda que indiretamente, para os seus interesses pessoais, para manter-se, com isso, o processo em fase ainda postulatória”, afirmou o magistrado. “Registro também que as manobras do corréu José Eduardo Rodrigues, para furtar-se à sua citação na presente ação, mesmo mais do que ciente deste processo, por quase dois anos, não só prejudicou os autores da ação, mas também os exames do pedidos dos demais corréus que alegam as suas ilegitimidades passivas e mesmo dos seus méritos”.

Durante esses meses, a defesa de Rodrigues pediu a suspeição de Casconi duas vezes, o que foi negado pelo Tribunal de Justiça. Rodrigues apresentou também três embargos de declaração, o que fez com que o juiz o condenasse por má fé e pagamento de multa. “… estão também caracterizados mais uma vez, a oposição de resistência injustificada ao andamento do processo e ainda a interposição dos embargos, com o intuito manifestamente protelatório, condutas essas tipificadas no artigo 80, incisos IV e VII, do Código de Processo Civil. Por consequência, condeno o embargante e corréu José Eduardo Rodrigues, como litigante de má-fé, à pena de multa de cinco por cento do valor atualizado da causa”, afirma o juiz em trecho de decisão.

E no ano passado, circulou um abaixo-assinado pedindo a renúncia de José Eduardo Rodrigues. O pedido inicial foi do secretário de Esportes, Fábio Marcondes, o que gerou um grande alvoroço na cidade. O abaixo-assinado contou com a adesão de diversas pessoas, vários vereadores, empresários e nomes importantes da história do clube e da comunidade, entre eles do tetracampeão mundial, Ronaldão (veja lista no final da matéria). Também no ano passado a Câmara aprovou uma moção de desaprovação sobre as alterações que estariam sendo feitas no Estatuto do Rio Preto Esporte Clube. A moção n. 76/2021 foi apresentada pelo vereador Renato Pupo de Paula e aprovada pela maioria dos vereadores da Casa.

Abaixo-assinado divulgado em redes sociais, no ano passado:

ABAIXO-ASSINADO PARA RENÚNCIA DE JOSÉ EDUARDO RODRIGUES, DA PRESIDÊNCIA DO RIO PRETO EC

COPIE, COLOQUE O SEU NOME NO FINAL DA LISTA E COMPARTILHE. VAMOS AJUDAR O TIME DA CIDADE A VOLTAR A BRILHAR

As imensas dificuldades impostas ao Rio Preto Esporte Clube pela má gestão da diretoria, comandada por José Eduardo Rodrigues exigem providências para salvaguardar a história e o patrimônio do clube. Com uma direção cuja legitimidade é questionada judicialmente, o clube foi arrastado para o noticiário nacional ao tratar com negligência atletas profissionais, obrigados a se alimentarem com marmitas no vestiário. A mesma direção foi responsável por alterar o Estatuto do clube afastando sócios e conduzindo a própria reeleição, sem nenhuma transparência. O desmantelamento das equipes de base e feminino se somam para respaldar nosso apoio ao pedido de renúncia de Rodrigues.

Nomes:

Adilson Adriano Tapparo
Adilson Ladeia Bussada
Adriano Pitarelli
Alci Gonçalo da silva
Alessandro Caran Zacharias
Alescio Zaneratti Filho
Alexandre Marron
Allim Bassitt Júnior
Almir Rogério Valin
Anderson Branco – vereador
Angelo Bevilacqua
Antonio Luis Polito
Antonio Marcos Rogeta
Antonio Marques
Antonio Vicente Pinheiro
Artur Henrique Botezini
Betão Alcântara – técnico
Bruno Moura – vereador
Candido Soler Perez
Carlos Alberto de Camargo
Carlos José Barbar Cury
Carlos Pinheiro
Carlos Roberto Hidalgo
Carlos Rossi
Cassiano Zanquini
Celso Correia Moreira – revista Competir
Cesar da Silva
Cesar Tome Garetti Filho
Cida Caran
Claudino Cândido de Barros
Claudenir Raul Cossi
Denilson Cesar Marzocchi
Dorotéia Inojo
Eduardo Barbosa
Elias Kassis
Eliezer Nazareth Bechara
Éric Sandro Zangerolano
Fabio Gomes de Brito
Fabio Magrini
Fábio Marcondes – vereador licenciado e secretário de Esportes
Fábio Renato Amaro – ex-presidente do Rio Preto
Fernando Issas
Francisco Silvio Appendino
Gabriel Huga Magrini
Ghaleb Hassan Tarraf
Glauco Malagoli
Gilson Cesar Granzotto
Gonçalves dos Santos
Guimarães Ortega
Jair de Freitas Araújo
Jairo Campos Machado
Jandaia – ex-jogador do Rio Preto
Jean Cléber Valin
Jeferson O. Vieira
João Dellatorre
João Pereira
Joeder Pereira Martins
Joel Donizete Assumpção
Joel – ex-jogador do Rio Preto
Jose Bernardo
José Carlos Araújo Neto
José Carlos Figueira
José Eduardo Cury Megid
José Márcio Sanchez
José Ricieri de Paula
José Roberto Delalíbera
Juarez Benatti Junior
Juliana Cizotto de Figueiredo Viana
Júnior – vereador
Júlio Donizete – Vereador
Júlio Rodrigues
Laerte Teixeira da Costa ex-vereador
Leandro Figueira
Luis Alberto Parise
Luis Carlos de Souza
Luiz Carlos do Nascimento
Luiz Henrique Mendes
Marcelo P. Targas
Márcio Issas
Márcio Joel Nunes
Márcio Anísio Haddad
Márcio Marcassa Júnior
Márcio Mendonça
Marco Antonio Dib Vieira Pinto
Marcos Antônio Gaetan
Marcos Benedito das Dores (Jandaia)
Marcos Buck
Marcos Donizete da Silva
Marcos Vinicius dos Santos
Mauro Benedito Jorge (Maurinho)
Mayco Tadei
Miguel Chalela
Milton Facchini
Milton Ruy Lopes
Nelson Menezes Júnior
Nelson Camacho
Nestor Ferreira Gaio Neto
Nilton Luis Pinheiro de Oliveira
Odélio Chaves – vereador
Orivaldo Brasilino
Paulo César Corsini
Paulo Ricardo Damaceno
Paulo Roberto Gaspar da Silva.
Pedro Henrique Lopes Correa
Pedro Roberto – presidente da Câmara
Pedro Nimer – ex-diretor do Rio Preto e presidente da EMCOP
Reinaldo Lopes Correa
Renan Pugini Correa
Renato Pupo – vereador
Roberto César Bertoluzzi
Roberto Guraib
Roberto Toledo
Rodrigo Eduardo Arado
Ronaldo Rodrigues de Jesus (tetracampeão Ronaldão)
Roselé Carlos Longo
Rossini Diniz – vereador
Santo Chiesa
Sérgio Calil Malagoli (familiar do artista que fez o mascote Jacaré)
Sergio de Freitas Barbosa
Shirtes Pereira
Sidnei Gomes Luciano
Silvio Caldas Candiao
Suélio Ribeiro – ex-presidente do Rio Preto
Sylvio Di Jacintho
Teobaldo José de Souza
Ulisses Jamil Cury Neto
Ulisses Jamil Cury Filho
Vilson Tadei – ex-jogador do Rio Preto e técnico
Wallace Stefanini
Wellington Clayton – Branquinho
Wallace Stefanini

Tentamos ouvir as partes envolvidas neste processo, mas ninguém retornou nossas ligações. O JORNAL fica à disposição das partes. Caso queiram se manifestar o texto será atualizado.