O paranaense Marllon Jonathan de Paula, 26 anos, trabalhava como bancário em Campinas até o ano passado, mas não estava feliz com sua carreira. Ele sempre quis aprender inglês e ter uma experiência internacional em sua vida. Formado em administração de empresas, ele resolveu pedir demissão do banco, onde trabalhava, planejou o seu intercâmbio e migrou para a Irlanda há um pouco mais de 10 meses. Atualmente, ele vive em Cork, faz intercâmbio numa escola de inglês e trabalha como cleaner. Marllon, que tem um canal no Youtube e conta detalhes de suas experiências diariamente no seu perfil no Instagram afirma que hoje é bem mais feliz. “A vida daqui é bem corrida para ser sincero. Tem dias que você está super cansado, mas diferente do Brasil, aqui você tem o retorno do tanto que você se esforça. A diferença boa daqui é o poder de compra. Nosso dinheiro tem valor. Por exemplo, eu comprei uma scooter na semana passada e paguei a vista. Aqui não uso cartão de crédito, não preciso parcelar as coisas. Se fosse comprar no Brasil teria que guardar dinheiro por uns quatro meses e aqui em duas, três semanas já consigo. Aqui tudo é mais rápido. A parte ruim por aqui é o tempo, chuvoso. Mas isso a gente acostuma”, afirmou Marllon, que é do interior do Paraná, da cidadezinha Uraí, que tem pouco mais de 11 mil habitantes.
Sua adaptação na Irlanda foi tranquila, segundo ele. “Vim com a mentalidade preparada para saber que aqui não ia ter as mesmas regalias que no Brasil. O ponto mais difícil para mim foi o frio, porque eu amo o calor. Atualmente não penso em voltar para o Brasil tão cedo. Meu plano é continuar aqui, tenho alguns procedimentos em andamento que vão me possibilitar residir e continuar morando aqui. Estou estudando atualmente também, além do inglês, outra formação e tenho um sonho de tirar minhas licenças da UEFA para tentar a possibilidade de ser treinador de futebol. Tenho essa vontade, mas vamos ver o que Deus direciona e prepara para mim”, afirmou Marllon.
Marllon trabalha atualmente como cleaner, fazendo limpezas em escritórios e empresas. Ele conta que já trabalhou como kitchen porter (lavador de pratos), carregando caminhão e de entregador no Deliveroo. “O trabalho que estou fazendo agora é cleaner. É bem tranquilo aqui. A limpeza deles é bem superficial, diferente das limpezas do Brasil. Essa área de trabalho é bem tranquila aqui. No primeiro dia, logo quando cheguei já tinha local para trabalhar. Eu nem tinha pedido ainda. Comecei a trabalhar no terceiro dia de Irlanda, mas claro isso vai de cada um. Claro que não é uma regra exata, eu sempre fui desenrolado, então pra mim foi tranquilo”.
O paranaense está gostando do seu intercâmbio. Para ele, o que no Brasil demoraria mais de dois anos, ele esta fazendo com oito meses. “Aqui se aprende muito mais. É uma imersão total. Eu brinco que aprendemos por osmose aqui, porque de tanto você ouvir e estar na cultura deles, acaba aprendendo na marra”. Sobre residência para morar, ele disse que no seu caso também foi mais tranquilo. “Essa área de acomodação é bem concorrida, mas no meu caso foi bem tranquilo, tive pessoas que ajudaram bastante. Inclusive no meu canal no Youtube tenho um breve diário e dicas com os meus dias aqui”.
Ele afirma que seus dias são bem corridos. No período da manhã, ele trabalha com limpeza, depois vai para a escola e na saída do intercâmbio ainda faz mais alguns trabalhos. Só chega em casa por volta das 21 horas. “Olha, é cansativo, mas vale a pena. Chegando em casa não vejo a hora de tomar banho, comer algo e descansar. Aos finais de semana não trabalho, o que é muito bom. Ralo durante a semana e no sábado e domingo consigo dar uma recuperada”.
Marllon diz que o que mais o impactou na Irlanda foi a brutal diferença da educação. “É muito diferente da do Brasil. Você não anda na rua com medo de ser assaltado em qualquer lugar. Aqui você pode andar tarde da noite sem medo nenhum de ser assaltado. Se você perde algo e cai na mão de alguém nascido aqui eles te procuram pra devolver. É algo bem irreal para quem não conhece esse país e cultura. Estou gostando muito dessa experiência”.
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