Granzotto
Gilson Granzotto e o torcedor mirim e hoje empresário, Miltinho Homsi

O limeirense Gilson Granzotto, atualmente com 55 anos, falou com O JORNAL e relembrou o seu início de carreira. Ele despontou para o futebol justamente no Jacaré, em 1985, vindo emprestado do São Paulo. Estava com 20 anos naquele momento e virou um ídolo do clube. Dono de um potente chute e bom cabeceador é tido como um dos maiores artilheiros do Rio Preto Esporte Clube. Recentemente foi escolhido como um dos melhores atletas dos 100 anos do clube. Gilson, no momento desenvolve a função de agente de futebol.  “Tenho muitas coisas boas para relembrar do Rio Preto. Ali conhece boas pessoas, passei coisas ruins também, como todo time do interior tem, dificuldades. Mas são mais momentos bons”, afirmou Gilsão do Rio Preto, como é muito chamado na cidade. “Sempre joguei com muito amor, respeito e vontade pelo clube. É, sem dúvida, um clube especial na minha carreira e voltei outras vezes para jogar também”.

O técnico de Granzotto, em 1985, era Walter Zaparolli. E no time outras feras estavam ao lado de Gilson, como Ronadão, Nilo, Edinho, Candinho, Paraná, Nenê. Para ele, era um time muito forte e difícil de ser batido na Segunda Divisão do Paulista. Zaparolli, segundo ele, o ajudou muito no início de carreira. “Ele era bem competente. Me ensinou muita tática, é um treinador que tenho grande respeito. Nosso time daquela época realmente bem forte. Era complicado para os adversários jogarem contra a gente, ganhamos muito jogos e fiz muitos gols.  Lembro que quando cheguei demorou um pouco para o meu documento ficar pronto. Fui estrear só na segunda ou terceira rodada, mas já fiz gol. Não lembro ao certo o número de gols que marquei pelo clube, mas foram muitos. Depois do Rio Preto, acabei indo para o Internacional, de Porto Alegre. Num dos jogos do Rio Preto, o pessoal do Inter chegou e já negociou com o clube. Na época estava com 20 anos”, afirmou Gilson que tem saudades da torcida. “Naquele tempo a gente conseguia colocar seis, sete mil pessoas no estádio. A torcida era muito apaixonada. Eu andava na rua e dava autógrafo, me perguntavam de onde eu tinha vindo, falavam com a gente. Tive um sucesso já no início”.

Uma história que ele recorda de 85 foi de um jogo contra um dos times da região. Ele não lembra ao certo se foi contra Votuporanguense ou Fernandópolis. “Era uma época diferente. O nosso ônibus quebrou antes de sairmos do estádio. E não tinha mais como ir com aquele ônibus bom, grande. Foi ai que a diretoria conseguiu, em cima da hora, um ônibus de linha e fomos de circular para o jogo.  Chegamos lá de circular, a torcida vaiando, xingando das condições que havíamos chegado.  Entramos em campo e ganhamos deles.  Vejo que se isso acontecer hoje tem bastante jogador que não iria aceitar andar de circular. Hoje não subiram no ônibus, não”.

O chute forte foi aperfeiçoado nas categorias de base do São Paulo. “Treinava bastante, aprendi com os técnicos da categoria de base do São Paulo. Tive uma formação boa. Aprender a arrumar o corpo, bater na bola.  Na época em que jogava, escutava o pessoal falar. Não deixa ele girar, não deixa ele girar, porque sabiam que eu chutava bem. Tinha essa marca do chute, mas fiz muitos gols de cabeça também”.

Após pendurar as chuteiras, em 2000, no Olímpia, ele foi trabalhar em comissões técnicas, como auxiliar, até que iniciou como treinador do Projeto do Zico.  “Andei bastante o mundo, em jogos pela Europa, com os times do Projeto do Zico. Fazíamos amistosos e num desses jogos encontramos o time do Gama e fui convidado para assumir a equipe profissional, em 2014.  Cheguei e já acabei sendo campeão. Faziam 12 anos que eles não ganham um título. Foi o meu primeiro time como treinador e já fui campeão. Na sequência tive reuniões para ir para outros times, fui para os Estados Unidos, treinei o Las Vegas, onde também fui campeão. Nesse tempo todo tive sondagens do Rio Preto, mas acabamos não fechando”.

Uma frustração aconteceu há algum tempo atrás. Granzotto teve uma reunião com o atual presidente e saiu da sede do clube contratado. Quatro dias depois um auxiliar do Rio Preto liga pra ele e diz que o presidente fechou com outro treinador. “Não guardo mágoa do clube, mas da pessoa. Não precisava agir assim. Foi uma frustração porque queria treinar o Rio Preto, mas vamos lá. Não deixei de gostar e de amar esse clube. Ainda tenho um sonho de voltar a trabalhar no Rio Preto”, afirmou Gilson que está estudando agora para ser gerente de futebol. “Quero fazer coisas que como atleta e trabalhando em comissões eu aprendi. Tenho muito para ajudar dentro do futebol. Quero ser o profissional que fala com comissão, com diretoria, com presidente. O cara que liga as pontas. Estou estudando para isso e num futuro próximo já devo estar desempenho essa função”, afirmou Granzotto.

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