cidadania italiana

O paranaense Raphael Souza Campagna, de 33 anos, está feliz da vida na Itália. Só volta para o Brasil para passear e visitar familiares. Ex-militar, é formado em Serviço Social, possuía vários cursos técnicos da área de segurança e até o ano passado prestava serviço para a Guarda Municipal de Curitiba e uma empresa de segurança privada. Com a crise instalada no Brasil nos últimos anos e a falta de perspectiva de melhora ele decidiu abrir mão de um bom salário e da estabilidade e colocar em prática um sonho antigo: sua cidadania italiana. Fez as malas e foi para o Vêneto, no norte da Itália, com os documentos do seu avô paterno. A partir dali iria recomeçar sua vida. Seu processo de cidadania terminou em fevereiro deste ano. Diferente de muitos brasileiros que criticam a Itália por falta de empregos, no caso dele, a situação é diferente. Já chegou a rejeitar muitos trabalhos.

Campagna contou um pouco sobre o seu início de vida na Itália. “Costumo dizer que a mudança de país não é para qualquer um. É como ir para uma guerra. Devemos estar preparados para tudo, aceitar o novo e se adaptar. Chegando aqui na Itália realizei meu processo de cidadania e procurei me inteirar com tudo, estudava por aplicativo, ia na escola, trabalhava como voluntário na comune. Fiz cursos gratuitos também ofertados pela comune e a região do Vêneto. Enfim, fui me familiarizando e por fim descobrindo que a Itália não era nada do que falavam. Falavam que a Itália estava quebrada, que não tinha emprego. Enfim, percebi que isso não passa de uma declaração falaciosa de pessoas mal resolvidas e que não possuem disposição de correr atrás e descobrir a Itália, de batalhar e encarar. Já cheguei a rejeitar trabalhos. Então, tem trabalho sim e bastante. Dependendo da região que você estiver você não terá a mesma oportunidade que outras. Aqui no Vêneto tem bastante empregos. São trabalhos simples, de operários, mas que com o salário você vive muito bem com a sua família. O lado positivo aqui é sem dúvida a saúde, a educação, a segurança, e a qualidade de vida”.

A ideia de morar fora do país surgiu quando ele tinha 12 anos. “Conversei com uma tia e minha avó que era italiana e daí começou. Em 2015, após começar a crise instituída no Brasil e com a redução de salários e a péssima qualidade de vida, resolvi buscar algumas mudanças. Fui morar na França, com um primo, e depois acabei retornando ao Brasil para reunir minha documentação que me deu o direito a cidadania Italiana. Foi um sonho que ressurgiu da época de criança e que sempre esteve em meu coração”.

O brasileiro, novo cidadão italiano, também comentou sobe sua adaptação. “A adaptação ainda não terminou no meu caso, pois fará nove meses que estou aqui. Aconselho outros brasileiros que tiverem direito a cidadania e virem para cá. Além de cidadão italiano sou cidadão europeu e tenho além da Itália 26 países para tentar a vida e mesmo que acabar os 26 eu não volto para o Brasil nunca mais a não ser a passeio. A qualidade de vida que tenho aqui nunca vou ter no Brasil. Após o término do meu processo de cidadania que demorou cinco meses eu consegui cinco empregos. Escolhi o melhor e estou tentando a vida como sempre quis. Oportunidade é a palavra certa e aqui eu tenho. A Itália é fascinantes, é tudo aquilo que ouvi de minha família, e muito mais. É como nos filmes, mas é muito mais linda do que imaginei. Para mim é o país mais lindo do mundo. Nossa cidadania italiana tem custo, mas não tem preço. Sono Italiano”.

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