ônibus na itália
Sistema de transporte público aqui no Vêneto respeita as determinações do governo e o distanciamento social continua por causa da COVID-19

Por Henrique Fernandes

Na semana passada, precisei ir até Treviso e andei de ônibus pela primeira vez na Itália. Foi uma aventura. Precisava ir até a província daqui resolver algumas coisas na Questura. O sistema de transporte aqui no Vêneto é bom. Os ônibus são geralmente pontuais e a empresa que opera aqui em Treviso é a MOM. Como estou fazendo o meu processo de cidadania e tenho alguns amigos por aqui não costumo precisar do transporte público. Acabo sempre andando com eles, pegando uma carona. Mas, nesse dia, precisei sair cedo.

Entrei no Google, coloquei o destino e já me deparei com os horários de ônibus e de trem, uma alternativa de transporte público que funciona muito bem. Fui para o ponto de ônibus, imaginando que estava tudo certo. Deixei separado uma nota de 5 euros, coloquei a máscara e bora lá. A passagem para Treviso custa 3 euros. Tinha uma moça no ponto de ônibus também esperando e logo vi o meu ônibus encostando. Deixei a moça passar na frente e entrar. Logo percebi uma máquina para autenticar os bilhetes. Aí bateu aquela paura. A porta fechou e eu fui dar o dinheiro pro motorista. “Non, non, bisogno del biglietto”. O motorista foi gentil até e disse que eu precisava ter adquirido o bilhete antes. Em alguns ônibus é possível comprar o bilhete com o motorista, mas não foi o meu caso. No meu horrível italiano fiquei falando pra ele. “Ma come fare adesso. Che cosa fare. Che cosa fare”. Fiquei em pé alguns segundos na frente dele, sem graça, sem meio saber o que fazer, com o dinheiro na mão. Ele perguntou para aonde eu iria e me mandou sentar.

Me sentei nas primeiras poltronas e fiquei ligado no Google e checando a direção. Um pouco antes do meu ponto, o motorista olha para trás e me chama. Aponta para a Questura e diz que preciso andar até lá. Eu insisto em pagar pela passagem. Mostro o dinheiro de novo para ele. “Come devo fare”. Aí ele perde um pouco a paciência. “Vá, vá” e aponta para a porta. Mais do que depressa saio do ônibus, agradeço com um “grazie mille” e parto pro meu destino. Ficou uma boa lição de uma simples viagem de ônibus na Itália. É preciso atenção e nunca é demais checar como funcionam os sistemas de transportes antes de utilizá-lo. A experiência foi muito positiva e creio que deve ser para outros brasileiros que estão aqui na Itália. É bom passar alguns perrengues, situação um pouco desconfortáveis como essa. Aprendemos. Na volta passei numa tabaccheria e comprei alguns bilhetes. Depois disso já andei mais algumas vezes de ônibus, sem problemas.

Bilhetes da MOM, aqui do Vêneto, em Treviso, classificados pela distância de 1 até 5

Henrique Fernandes, jornalista rio-pretense, que está na região de Treviso

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