Vanderlei Luxemburgo, o novo treinador do Palmeiras já concedeu várias entrevistas ao longo da sua vida, falando sobre política. No dia 5 de março do ano passado, ele falou com o repórter Marcos Paulo Lima, do Correio Braziliense, e causou polêmica, na ocasião. Ele disse que se considera um homem de esquerda, criticou o ex-presidente Michel Temer e até o então juiz e agora ministro Sérgio Moro. “Vivemos um momento ditatorial sem ser ditadura. É a ditadura do Poder Judiciário, político, da imprensa. Quem tem poder está usando em benefício próprio”.
Vanderlei Luxemburgo é um dos técnicos mais vitoriosos do país. Ganhou praticamente tudo o que disputou quando comandou o mesmo Palmeiras, nos anos 90. Foi campeão também com Corinthians, Cruzeiro e Santos. Chegou a treinar o Real Madrid também e a Seleção Brasileira.
Como jogador, sua carreira não foi tão marcante. Ele despontou no futebol profissional como lateral-esquerdo do Flamengo em 1971, e permaneceu na equipe carioca até 1978. Durante esse tempo em que jogou no clube carioca, ele contou com grande concorrente na posição, o jogador Júnior, considerado um dos maiores laterais da história do Flamengo e da Seleção. Após deixar a equipe rubro-negra e atuar pelo Internacional em 1978, Luxemburgo teve uma passagem pelo Botafogo, onde jogou até 1980, quando uma contusão no joelho o afastou dos campos. Ele formou-se em Educação Física em 1983 pela Faculdade Castelo Branco, concluindo a pós-graduação como Técnico de Futebol no mesmo ano.
Seu início como treinador ocorreu no Campo Grande, do Rio de Janeiro, em 1983. No mesmo ano, seguiu para o capixaba Rio Branco, onde conquistou o título do Estadual de 1983. Depois de passagens por outros clubes brasileiros e do futebol árabe, foi no Bragantino que conseguiu seu primeiro grande feito, conquistando dois títulos: a Série B do Campeonato Brasileiro de 1989 e o Campeonato Paulista de 1990.
Confira abaixo alguns trechos da entrevista que o novo técnico do Palmeiras, Vanderlei Luxemburgo, concedeu no dia 5 de março do ano passado ao Correio Braziliense.
Correio Braziliense – Qual é a origem da sua casca grossa?
Vanderlei Luxemburgo – O meu avô foi do Sindicato dos Ferroviários do Rio. Era foragido e foi morar no Rio, onde eu nasci. Ele foi perseguido na época da ditadura. Meu pai era gráfico, brigava contra a ditadura e também foi foragido. Meu sobrenome é inspirado na Condessa Rosa Luxemburgo, que era polonesa. Inspirado em pessoas de esquerda. Meu avô era pobre, torneiro mecânico, mas era culto. A minha resiliência nasceu da luta da minha família. Eu me tornei um homem de esquerda. Fui presidente de diretório acadêmico, briguei contra o processo ditatorial.
Correio Braziliense – O que acha do momento do país?
Vanderlei Luxemburgo – Vivemos um momento ditatorial sem ser ditadura. É a ditadura do Poder Judiciário, político, da imprensa. Quem tem poder está usando em benefício próprio.
Correio Braziliense – Apoiou o impeachment da ex-presidente?
Vanderlei Luxemburgo – Não concordei. Estamos em um processo democrático. Nesse sistema, só se tira no voto, não na marra. Somos um país democrático embrionário. Não digo que houve golpe, mas tiveram interesses.
Correio Braziliense – Como avalia o governo Temer?
Vanderlei Luxemburgo – Eu não vi praticamente mudança nenhuma. O Brasil, como país, foi prejudicado. Estamos parados.
Correio Braziliense – E a Lava-Jato?
Vanderlei Luxemburgo – Aí não é questão de esquerda ou de direita. Falei do Collor e da Dilma. O país perdeu com isso. O (juiz Sérgio) Moro pegou a Constituição e rasgou. Grampo do presidente da República (conversa entre Dilma e Lula)!
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