O estudante brasileiro Leonardo Pollo, de 16 anos, mora na cidade de Montebelluna, no norte da Itália, com os pais, Alessandro e Daiane Pollo e a irmã Beatriz desde o final do ano passado. Menino estudioso, que gosta muito de matemática, ele aprendeu a língua rapidamente, em poucos meses, e no final do ano passado mesmo iniciou um canal no Youtube que leva o seu nome Leo Pollo. O primeiro vídeo que postou foi no dia 20 de dezembro de 2019, sobre melhores momentos jogando Fortnite. O tempo foi passando e chegou a pandemia da COVID-19 Coronavírus. Com tempo sobrando, entre aulas online do Liceu que cursa em Montelluna e afazeres em casa, ele se dedicou mais ao canal. O resultado é visto agora, em junho. De 200 inscritos ele passou para mais de 4 mil, seus vídeos começaram a ser monetizados e todo vídeo que ele posta no canal não tem menos do que 8 mil visualizações. Léo ensina, em italiano, o que os italianos devem fazer para melhorarem no jogo. Ele contou um pouco sobre essa novidade na sua vida e diz que é gratificante ajudar. “Eu dou dicas de como melhorar no Fortnite, mas eu mais aprendo do que ensino. É aquela coisa que professor fala. Quem ensina aprende mais e acabo seguindo por esse caminho”, afirmou o jovem de 16 anos que tem já tem planos traçados para o futuro. Quer cursar engenharia ou TI, na universidade.
Léo cursa o Liceu aplicado em tecnologia, em Montelluna, que pode ser comparado com o ensino médio do Brasil, mas que serve como uma preparação mais sólida para a faculdade de TI. São cinco anos de Liceu, que conta também com o aprendizado de inglês e alemão. “No início sempre é difícil. As primeiras semanas eu não sabia o italiano, mas tive bastante ajuda da escola, dos amigos. Fui aprendendo e depois de algumas semanas já consegui acompanhar”, conta . A partir de março deste ano as aulas começaram a ser online e Léo teve mais tempo para se dedicar ao canal do Youtube. Agora, já está de férias. As aulas retornam em setembro na Itália. “Fiz as provas online e deu tudo certo”. Antes da pandemia da COVID-19, ele já tinha se entrosado tanto na escola que estava ensinando conteúdos de matemática para amigos da sala em que estuda. “Espero que acabe logo essa crise sanitária para que as aulas presenciais voltem normalmente em setembro”.
O estudante, que cresceu na pequena cidade de Tanabi, na região de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, observa como foi o crescimento do seu canal no Youtube. “Creio que o canal cresceu porque muitos jogadores ficaram em casa com a pandemia e eu comecei a trabalhar mais nos vídeos e mudei o foco nesse período. Comecei a dar dicas ao invés de postar melhores momentos. Na realidade não sabia se ia dar certo até começar a ver o resultado, mas fiz mesmo por gostar, por curtir ensinar”. Ele compara a realidade de março e de agora dos seus vídeos. “O meu melhor vídeo em março tinha 500 visualizações e agora o meu mais assistido tem mais de 100 mil. Sem falar que todos os meus vídeos alcançam mais de 8 mil visualizações agora. O fluxo está alto e tenho um retorno dos inscritos muito legal. Eles comentam, falam comigo como melhoraram. Esse retorno é muito gratificante e me motiva a produzir cada vez mais conteúdo de qualidade”.
E para quem pensa que os vídeos são brincadeiras de criança, Léo conta um pouco o que envolve a criação de cada vídeo postado em seu canal no Youtube. “Para cada vídeo dedico cerca de oito horas. Preciso pesquisar o assunto que vou abordar, estudar ele, e depois criar um roteiro em italiano, que não é minha língua madre, escrever tudo que vou falar antes. Criar as imagens, os vídeos que vou utilizar, estudar mais, ver tendências, fazer arte, editar. Gasta bastante tempo sim. Mas tudo isso tem me ajudado no jogo, claro, mas também com a língua, a aprender mais o idioma aqui. Tenho também muito contato com os inscritos que falam comigo todos os dias”. Léo não gosta de fazer muitas projeções, é bem “pé no chão”, mas afirma que vai continuar se dedicando bastante ao canal e quem sabe no futuro possa vir a contar com algumas centenas de dólares na sua conta provenientes das monetizações dos vídeos.
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