Na foto, Luca Zaia, durante entrevista

Há muito tempo o Vêneto, uma das regiões mais prósperas da Itália, luta por autonomia política.  Com essa autonomia, o governo local poderia definir com mais liberdade Políticas relacionadas à segurança, imigração, educação, área fiscal e meio ambiente. Após a crise instalada na Itália, a região, governada por Luca Zaia, deu um salto se comparada com outras regiões. Com pulso firme, Zaia se descolou do seu amigo da ultradireita, Matteo Salvini, e desponta como um virtual futuro premier. De maneira mais moderada, ele consegue agradar o eleitorado de Salvini e o mais à esquerda.  O Vêneto detém cerca de 10% do PIB italiano e é uma das regiões mais ricas do país ao lado da Lombardia. É do Vêneto que grande parte dos italianos migraram para o Brasil nos últimos anos. 

A constituição italiana prevê hoje diferentes níveis de autonomia para cinco regiões que possuem status especial: Trentino-Alto Adige, de língua alemã, Aosta, onde predomina o Francês, para as ilhas de Sardenha e Sicília e para a região de Friul-Veneza Júlia, que ganhou o status por sua localização próxima à fronteira da antiga Iugoslávia durante a Guerra Fria.

Luca Zaia, em entrevista recente, falou sobre o bom momento que vive politicamente. Perguntando se escolhe Roma ou Vêneto, ele foi direto. “Escolho o Vêneto, não há dúvida. Estou concentrado no Vêneto e tenho um compromisso com os venezianos”, afirmou o presidente da região sobre as sondagens de que poderia ir bem em Roma, após o bom gerenciamento da pandemia na região. “Agradeço todos pelo apoio e carinho, mas também devo dizer uma coisa: depois da glória, a inveja sempre vem, por isso só cria problemas para mim. Tenho outros pensamentos sobre a minha vida. Não tenho objetivos romanos nem escalada política no partido. Tenho excelentes relações com Salvini”. A entrevista foi concedida para a agência de notícias italiana Adnkronos.

Luca Zaia falou sobre os venezianos e a relação que possuem com o trabalho. “Os venezianos têm uma resiliência única, são como um formigueiro: você pode destruí-lo, mas renascem imediatamente. Nossos cidadãos foram à praça não para obter a renda da cidadania, mas para voltar a reabrir o negócio e voltar ao trabalho”.  Ele também falou da rivalidade norte x sul. “Essa história do norte contra o sul e do sul contra o norte deve terminar.  A verdade é que queremos autonomia, mas um país autônomo deve buscar o resgate de todas as comunidades, não faria sentido com uma parte do país. Isso não pode ser feito. Solidariedade e subsidiariedade nacionais fazem parte do modelo autonomista”. 

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