Vivemos existencialmente uma miopia sob forma de razão. Há uma realidade comum e de liderança incapaz de enxergar o caminho e ou planejar um futuro melhor para se viver. O problema maior, acredito, está no distanciamento que existe entre o possível e o ideal. Podemos afirmar que onde estamos não é aonde gostaríamos de estar. E isso é muito “impactante” e especulativo, pois sofremos o mal maior do descrédito por não atingir os objetivos. Recentemente sonhei com Leôncio de Arruda (in memorian) e falamos, claro, sobre o setor de seguros.
Estávamos sentados em volta de uma mesa, tinham várias pessoas, conversando, mas não os recordo, até que dado momento o Leôncio perguntou a mim sobre o SINCOR-SP. De pronto falei sobre a perda dos nossos painéis de estrada, mais recentemente o fechamento de alguns escritórios de Diretorias Regionais e agora a decisão de transformar os que ficaram em home office, com a principal alegação na redução de receitas e equilíbrio de gastos. Lembramos que Sindicato não é para dar lucro. Falei também da fraca ou imperceptível representatividade classista da FENACOR, etc. Imediatamente, como sempre foi do seu hábito, Leôncio falou que queria ouvir os demais colegas presentes. O que chamou atenção neste sonho foi a reflexão que fizemos quanto aos assuntos e a presença de uma máquina de datilografia Olivetti. Ela estava na minha frente, atrapalhando, e tive o cuidado de retirá-la ao levá-la até um canto no chão.
É claro que foi uma recordação, um sonho, cuja presença marcante do maior evolucionário da nossa categoria, nos fez considerar certas questões que julgamos oportuno concluir:
É preciso esquecer o passado, ou melhor, ao o analisarmos colocá-lo a serviço de uma atualização, valorização e buscar o senso comum, sempre;
A luta classista no formato atual não acontece, não se mostra mais prioritária, ao contrário, é preciso repensar a regionalização com a associatividade do poder e das ações. A luta a ser implantada deve ser a luta do todo.
O diamante que se trata, ainda não foi lapidado, o caminho é o inverso, devemos sair da concentração representativa para a valorização coletiva, de cada força que se ergue em favor da ética e da capacidade de ser útil às pessoas e a sociedade.
Aqueles que ainda defendem ou desejam continuar como estão o fazem simplesmente por medida de satisfação pessoal e comodidade, como um meio de vida, na defesa de suas posições que se misturam e confundem.
Leôncio falou sobre duas siglas, uma delas IOF, para nos alinhar na luta da valorização e compromisso federativo do processo, ou seja, quanto os corretores de seguros contribuem na geração de tributos federais. Neste campo, acredito que ele tentou nos direcionar para aquilo que mais e maior qualifica e representa o nosso Canal de Distribuição do Produto Seguro.
Infelizmente a outra sigla não consegui guardar, porém acredito que deva ser também uma outra correção ou orientação, no campo da nossa posição socioeconômica e cultural.
Os números que chegamos são expressivos e acredito que nos fortalecem sim para uma ação generalista, sem dependências desse, daquele ou dessa, daquela. Os seguros, mais PGBL e VGBL em 2019 geraram cerca de 10 bilhões de reais ano em IOF. Esse número saiu da Produção do Setor que atingiu 170 bilhões de reais nos Seguros, sendo 45 Bilhões Pessoas e 125 Bilhões Demais Ramos, mais 120 Bilhões no PGBL e VGBL, ,ou seja, 7,38% e 0,38% de IOF respectivamente.
Destes 10 bilhões de reais recolhidos pelo IOF dos Seguros, na média, 85% foi negociado, intermediado, pelo Canal dos Corretores/ Corretoras de Seguros.
Vejo um Leôncio renovado e ao mesmo tempo coerente, como o fazia no passado, sempre oportunizando reflexões, buscando entendimentos de como agir e seguir, aliás, era um de seus maiores atributos, sempre empreendeu a categoria, proporcionando saber e conhecimento maior das coisas e do que está em nós e que tem valor.
Shirtes Pereira
Técnico em Edificações
Bacharel em Economia e Administração de Empresa
Docente ENS (Escola Nacional de Seguros)
Securitário e Corretor de Seguros
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