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O paranaense Raphael Souza Campagna, 33 anos, já falou com O JORNAL sobre o seu início de vida na Itália (veja aqui). Está bem feliz e satisfeito atualmente, vivendo no Norte da Itália e trabalhando numa grande empresa como operário. Mas Campagna, antes de imigrar para o País da Bota morou alguns meses em Paris, em 2015. Entrou como turista, com uma oportunidade de emprego, mas acabou ficando irregular no país. Trabalhou, alugou apartamento, viajou, mas sempre com desconfiança nos últimos dias em que permaneceu irregularmente. “É como entrar numa festa como penetra. Você curte, mas no fundo você sabe que não é convidado. É terrível”. Campagna falou sobre essa história que teve em Paris.

“A ideia de morar fora era antiga. Sonho de criança. Foi aí que após o fim das eleições no Brasil de 2014 , finalizei um curso na área de segurança, porém não via muita perspectiva para o Brasil e por ter um primo que mora em Paris resolvi me aventurar. A experiência foi única. Muito boa. Foi um choque de realidade em comparar um país de primeiro mundo com o Brasil”. Ele afirma que o mais difícil, sem dúvida, no início foi a dificuldade com o idioma. “Cheguei em Paris sem falar nada de francês, me senti surdo e mudo”.

Campagna afirma que viver em Paris é ser invisível. Afinal, o número de moradores na região metropolitana da capital francesa ultrapassa 12 milhões de pessoas, milhares imigrantes. “ Sobre viver ilegal posso dizer que é terrível, você nunca se sente tranquilo, além do que você é limitado em tudo. É como se você estivesse em uma festa como penetra, você curte, mas no fundo sabe que você não é convidado. As dificuldades maiores são emprego e moradia. A maioria das pessoas que estão ilegal, irregular, acabam tendo que adquirir documentos falsos, em Londres, para poderem arrumar trabalhos. Existe muita exploração por parte de patrões em cima de quem não tem documento, pagam menos ou até dão calote mesmo. Presenciei também brasileiros e estrangeiros vivendo em situações terríveis em apartamentos, tendo que dividir um quarto com várias pessoas, dormir no chão ou até no banheiro”.

Foi a partir de algumas experiências negativas vivenciadas que surgiu a ideia de voltar ao Brasil, providenciar a documentação italiana e retornar para a Europa como cidadão europeu. “Acabei retornando ao Brasil no fim de 2015 com essa ideia de organizar meus documentos e ter meu direito reconhecido. O plano era ficar na Itália somente o período da cidadania e retornar para a França”, afirmou Campagna. Mas tudo mudou. “Chegando aqui na Itália eu encontrei um país diferente totalmente diferente do que se vê na internet, conforme fui fazendo minha cidadania acabei se apaixonando pela minha terra. De uma hora para outra eu decidi ficar aqui. Uma das coisas que pesou muito foi o idioma que eu aprendi rapidamente. Falar italiano não é tão difícil. E também pesou o clima, a qualidade de vida, além do que aqui no norte da Itália tem muito trabalho. Não são receptivos a imigrantes, mas os ítalo-brasilianos eles valorizam, reconhecem o fato do Brasil ter recebido muitos imigrantes italianos”.

Campagna afirma que a Itália é mais bela que a França. “É mais bonita, tem história, e é um dos berços da civilização moderna. Ter a cidadania italiana não é só um documento, você tem o sangue, você tem uma história com o país. Meus planos são de continuar aqui na Itália, fazer a validação do meu diploma brasileiro de serviço social e a partir disso trilhar novos horizontes. Já terminei um nível do idioma e pretendo terminar outro em breve quando retornar os estudos e assim poder evoluir”.

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