As últimas eleições apontaram significativos resultados de mudança em nosso país, retratando um processo de sedimentação política, onde foi desencadeado em 2013 e protagonizado em 2015 pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Discursos fundamentados em frases de efeito desprovida de sensatez tomaram conta do período de campanha, e, tendo a população, o sentimento de insatisfação com os governos anteriores, trouxe à evidência o que poderia ser o novo ator político (nome utilizado no marketing para o produto personificado de uma campanha eleitoral) das eleições gerais de 2018, o mito Bolsonaro.
Porém, à medida que o governo é exercido, Bolsonaro aponta sua personalidade temperamental e evidencia que: ou sua campanha não terminou, ou não soube lidar com o fim do processo eleitoral.
Sendo que a direita eleitora de Jair Bolsonaro baseia-se em liberais e conservadores, globalistas e nacionalistas, e até mesmo libertários e totalitários, surge assim, a segmentação da direita brasileira, o que Bolsonaro repudiava em campanha (a segmentação esquerdista), e torna seu inimigo eminente, e para manter a governabilidade a tarefa não é fácil.
Para a surpresa, o taxado “centrão” que compõe a base do governo, nota-se a ala mais sensata para discussão e respeito ao parlamento, sendo composto por deputados associados ao MBL, filiados ao Novo, Democratas, MDB e PSDB.
O pasmo vem quando notamos a torre de babel governista quando entram em conflito olavistas com os deputados filiados ao PSL (partido do presidente da República), o que gerou desgaste e até mesmo uma batalha travada por Bolsonaro e o presidente do partido.
Com os fatores acima citados, a direita que se levantara em 2018 e parecia estar surgindo, constatamos que está se dividindo, resta saber se este processo de aparar as arestas será benéfico ou formará uma legião neo-petista.
Este imbróglio permeia o governo e o principal prejudicado não se trata de uma ala ou outra, e sim da população que sofre com pesados tributos e aguarda a simplificação tributária prometida em campanha.
O fator político-revolucionário adotado neste final de década, trouxe uma ruptura aos modelos de administração pública e isso é comprovado quando temos amplitude em administrações liberais e com maior participação do setor privado.
Bolsonaro deve ser cirúrgico e sensato em seus atos, com a devida cautela, tem uma difícil tarefa para conseguir maior aprovação popular sobre seu governo além de conseguir uma governabilidade razoável.
Rodrigo Dias – Graduado em comunicação social pela UNIRP, pós-graduado em Gestão Esportiva pela UniClaretiano e atualmente estudante de Direito. E-mail rodrigo.diascardozo@hotmail.com
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