A partir do próximo domingo (8) os olhos dos amantes do surfe estarão voltados para a ilha de Oahu, no Havaí, onde acontece o Billabong Pipe Masters, da WSL, última etapa do Circuito Mundial masculino da modalidade e o palco no qual será coroado o próximo campeão mundial.
Após a disputa de 10 etapas nos últimos sete meses, três brasileiros, um norte-americano e um sul-africano estão vivos na disputa promovida pela Liga Mundial de Surfe (WSL, na sigla em inglês).
Favoritismo brasileiro
O grande favorito a ficar com o título é o potiguar Ítalo Ferreira. Após a conquista das etapas de Gold Coast (Austrália) e de Peniche (Portugal), o brasileiro lidera o ranking do campeonato mundial com 51.070 pontos.
Ítalo Ferreira celebra conquista do Mundial da Associação Internacional de Surfe, no Japão – Twitter/Olympic Channel
“Ítalo tem a vantagem dos pontos. Assim, caso todos os candidatos caiam na mesma etapa da competição, o título é do Ítalo. Entendo que chegar como líder na última etapa pode ser uma vantagem, mas pode se tornar uma desvantagem caso se torne uma fonte de pressão”, afirma Marcelo Boscoli, ex-surfista profissional, e que já atuou como comentarista da WSL no Circuito Mundial.
Outro brasileiro que chega com moral lá no alto é Gabriel Medina. O atual campeão mundial ocupa a segunda posição da corrida pelo título com 50.005 pontos e duas etapas conquistadas: Jeffreys Bay (África do Sul) e Lemoore (EUA). E o atleta, natural de São Sebastião (SP), torce por um tropeço de Ítalo para garantir o terceiro Mundial de sua carreira.
Gabriel Medina dá aéreo na etapa de Lemoore (EUA), disputada no surf ranch de Kelly Slater – Jackson Van Kirk
Na opinião de Marcelo Boscoli, Medina tem a vantagem de ter o melhor retrospecto em Pipeline: “Medina deve ser considerado favorito em qualquer situação. Ele é o postulante ao título atual que mais vezes viveu esta situação, chegar ao Havaí vivo na disputa. Além disso, tem o melhor retrospecto entre os que ainda lutam pelo Mundial. É frio e alcançou os melhores resultados em etapas decisivas”.
Um intruso na disputa brasileira é o sul-africano Jordy Smith. O surfista, que busca um inédito título mundial, ocupa a terceira posição do ranking com 49.985 pontos. Mesmo não tendo conquistado nenhuma etapa, ele foi muito constante durante toda a temporada, com a presença em três semifinais e duas finais.
Sul-africano Jordy Smith pega tubo na etapa da França – WSL / Damien Poullenot
Mas a presença do sul-africano em Pipeline ainda é incerta, pois ele sofreu uma lesão, no final de novembro, durante uma etapa do WQS (divisão de acesso) disputada no Havaí.
Em busca do título inédito
O terceiro representante do Brasil que busca a coroa de rei do surfe em 2019 é Filipe Toledo. Com a vitória na etapa do Rio de Janeiro (Brasil), o surfista natural de Ubatuba (SP) tem a quarta posição do ranking com 49.145 pontos. Ele também é um dos candidatos ao título que nunca garantiu um Mundial.
Filipe Toledo celebra conquista da etapa de Saquarema – Fernando Frazão/Agência Brasil
Fechando a lista de concorrentes aparece o norte-americano Kolohe Andino. Com 44.665 pontos tem pouquíssimas chances na disputa. Ele só leva o troféu Mundial para casa caso tenha uma performance fenomenal em Pipeline e conte com atuações desastrosas de seus quatro adversários.
Norte-americano Kolohe Andino em ação em Hossegor (França) – Damien Poullenot/WSL
Tóquio 2020
Além de ser o palco no qual será coroado o próximo campeão do Circuito Mundial, Pipeline também servirá para definir os atletas que representarão o Brasil no surfe na próxima edição dos Jogos Olímpicos, que acontecem em Tóquio em 2020.
Torcida vai ao delírio com a conquista da etapa do Brasil por Filipe Toledo – Damien Poullenot
Uma das possibilidades de classificação é através do ranking da WSL. Os 10 melhores colocados no final da temporada garantem uma vaga (com um limite de dois atletas por país).
Desta forma, os dois primeiros brasileiros no raking da WSL carimbam o passaporte para os Jogos de 2020.
(Fonte Agência Brasil)