O gaúcho Gustavo Lauxen Spohr, 27 anos, nascido na pequena cidade de Dois Irmãos, no Rio Grande do Sul, tem uma história e tanto. Gustavo é um cara diferente. Desde os seis anos de idade estuda idiomas. Atualmente domina seis idiomas. Tem vocação para negócios e recentemente resolveu lançar um projeto: “O Internacionalista” que visa ajudar outros brasileiros que desejam imigrar, seja para estudar, morar ou trabalhar no exterior. Gustavo, atualmente, mora no Panamá e é executivo de uma grande multinacional. Ele falou com O Jornal e contou um pouco da sua vida e de como pode ajudar outros brasileiros que querem morar no exterior.
Conte um pouco sobre sua história e o início disso tudo…
Sou fascinado pelo estudo de outras culturas nacionais. Ao contrário de muitas pessoas, desde pequeno sempre soube que minha vocação estava nos negócios internacionais. E quando vi que o Brasil ainda me oferecia muito pouco ao contato com outras culturas, decidi me preparar e ir atrás de informação sobre como ir morar fora. Isso aconteceu em 2010.
Você fala seis línguas, né…
Português, Inglês, Alemão, Frances, Espanhol e Russo (Intermediário). No momento estudo Russo, Holandês e Dinamarquês.
Qual foi a mais difícil de aprender?
Mais difícil foi o Russo. Primeiro precisei ser alfabetizado, depois iniciei a conhecer as palavras e adquirir vocabulário e por fim as conversações.
Sua carreira começou com 18 anos, como assistente de exportação?
Fiz o ensino médio técnico e meu primeiro trabalho foi no curtume onde fiz o estágio. Porém estava muito infeliz pois já dominava o inglês, espanhol e alemão e trabalhava de “peão” num curtume. Foi então que decidi procurar empregos no LinkedIn. A Empresa Artecola precisava de uma pessoa para abrir mercado na América Latina e prestar atendimento ao cliente de semi acabados na Alemanha. Fui chamado para a entrevista e não deixei a oportunidade escapar. Nunca me esqueço que atendi ao telefone escondido atrás de um túnel de pinturas no curtume e quando me falaram que havia conquistado a vaga fiquei muito, mas muito feliz.
Ai você conseguiu a vaga e começou a viajar…
Exato. A empresa estava desenvolvendo uma marca de calçados de segurança de alta tecnologia e o foco era iniciar parcerias na América Latina. Desenvolvemos distribuidores em inúmeros países, com os quais tenho contato inclusive até hoje. Paraguai, Uruguai, Equador, Guatemala, Costa Rica, Colômbia, entre outros.
Depois foi acabou indo para uma multinacional alemã.
Recebi uma proposta para ir para a multinacional alemã BASF, com 20 anos de idade, mas para deixar a área internacional e anteder o mercado interno. Aceitei, pois a diferença salarial e os benefícios eram muito mais do que a antiga empresa podia me oferecer. Mas com o passar do tempo fui percebendo que estava ficando longe do que realmente amava fazer, que era o comércio internacional. Então decidi me planejar para uma experiência acadêmica no exterior. Fui atrás de países e locais com poucos brasileiros para ter uma imersão cultural profunda. Assim surgiu a Finlândia. Tinha 23 anos. Fui para uma cidade chamada Valkeakoski com 3 mil habitantes.
Foi então que recebeu a oportunidade para estudar na Finlândia. Como foi isso? E depois voltou par ao Brasil…
Quando voltei ao Brasil estava com a ideia de me preparar para um mestrado na Europa. A preparação para passar em universidades renomadas é trabalhosa, exige provas como GMAT e TOEFL. Eu fugia um pouco do perfil de aplicantes para o mestrado, que são menos experientes profissionalmente, mas também não tinha experiência suficiente para um MBA. Enfim, eu estava meio sem rumo e sem saber direito o que queria fazer. Então, um amigo me convidou para o desafio de internacionalizar a empresa dele para o mercado Europeu. Antes de imigrar, fiquei um ano estudando em qual país e abrindo novos mercados pelo mundo. Visitei países como Paquistão, Líbano, Israel, Romênia, Nova Zelândia, entre outros.
Ai que no ano passado você recebeu uma nova proposta de uma empresa de calçados.
Na Holanda tivemos primeiramente um problema de adaptação ao país. Muita chuva, frio, minha namorada com saudades da família, mas tudo isso foi superado. Entretanto, na questão profissional vieram algumas incompatibilidades de visão de negócio e produto com a empresa que eu estava trabalhando. A empresa é excelente e tenho certeza que terão muito sucesso, porém decidi aceitar uma proposta de uma empresa que admiro e sempre quis trabalhar chamada Ecco Shoes. A empresa me fez uma excelente proposta para morar no Panamá e aceitei. Mas não descarto voltar para a Europa, a Ecco é uma empresa global com sua matriz na Dinamarca.
Você já viajou para 56 países. Qual você destaca como o melhor para morar sozinho, para fazer carreira e para morar com os filhos. E a pergunta que todos fazem? Qual é o melhor para ganhar dinheiro?
Para morar sozinho eu destacaria a Holanda ou a Finlândia. São países com muitas possibilidades de viajar, fazer novos amigos e estudar. Para fazer carreira: Estados Unidos ou Inglaterra. O EUA é o país que chancela qualquer currículo. Uma pessoa que trabalhou nos EUA, principalmente em NY, tem as portas abertas em qualquer lugar. Em segundo lugar a Inglaterra. Londres é a cidade que melhor paga e que chancela um currículo na Europa.
Para viver hoje em dia com os filhos eu destaco o Canada. Acolhedor, fácil de imigrar e com muitos benefícios para imigrantes.
E ai chega o seu projeto, O Internacionalista. Como surgiu?
O Internacionalista é uma marca criada para compartilhar experiências e facilitar a expatriação/imigração ao exterior. Inúmeros mitos e lendas são criados com relação a morar no exterior e conseguir uma vida melhor. O Internacionalista surgiu para sanar esse problema. Essa ideia surgiu agora, na quarentena, num dia em que fiquei pensando aqui em casa como poderia ajudar outras pessoas a imigrarem.
O que terá de benefícios para quem quer imigrar?
Inicialmente “O Internacionalista” busca disseminar conteúdo de qualidade de forma gratuita em relação a imigração/expatriação como vagas, vistos, salários médios nos países, tipos de imigração. Futuramente ofereceremos acompanhamento personalizado para quem tem o sonho de morar no exterior. Teremos um portfólio de produtos que permitirá acesso a pessoas de todas as faixas etárias e rendas.
Acredita numa imigração nos próximos meses?
Sim. Muitos países já estão diminuindo as restrições. Algumas economias maduras necessitam de imigrantes para sustentar o crescimento do PIB de seus países, como é o caso da Alemanha. Outro negócio muito forte é o de estudantes internacionais. Os países ganham muito dinheiro com estudantes internacionais e precisarão facilitar o acesso a esse tipo de indivíduo para manter uma estabilidade econômica no país. Na Austrália, por exemplo, o Intercâmbio de educação é muito importante na composição do PIB do país.
Leia mais
Conheça histórias de brasileiros que após os 40 largaram tudo no Brasil e foram morar na Irlanda