O esporte de São José do Rio Preto agoniza já há muito tempo. Sem investimentos, com cortes drásticos em salários de atletas, o esporte amador sofre diariamente. Isso não é novidade para ninguém na cidade. O principal palco para atividade física, o Centro Regional de Eventos, onde também funciona a Secretaria de Esporte, se deteriora a cada dia. Só funciona mesmo para receber shows musicais. Esporte que é bom, nada. E se não bastasse o descaso do Poder Público com o esporte local, há alguns meses, a Prefeitura resolveu cortar os pagamentos de mais de 209 rio-pretenses que recebem por meio da lei do auxílio atleta. Em plena crise mundial devido a COVID-19, a Prefeitura decidiu parar de pagar essas pessoas. São 89 atletas e técnicos, mais 67 de iniciação esportiva e outros 53 profissionais do esporte comunitário que não recebem seus salários integrais há dois meses. Um grupo de esportistas foi criado e eles têm mantido um contato com os vereadores e com a Prefeitura para resolver esse grande problema.

A Prefeitura alega falta de recursos e que não pode pagar por serviços que não foram prestados. Foi preciso o vereador José Lagoeiro apresentar um projeto que regulamentasse a retomada do pagamento, com a obrigação dos profissionais compensarem essas horas não trabalhadas no futuro. Com maioria na Câmara, os vereadores conseguiram derrubar o veto do prefeito Edinho Araújo, na semana passada, mas a briga jurídica não deve terminar tão cedo. A Prefeitura deve recorrer ao TJ.

Em 2017 a Secretaria de Esporte de Rio Preto fez um corte de 70% dos orçamentos das modalidades esportivas amadoras da cidade e foi quando um grupo de técnicos criou o Movimento Pelo Esporte Rio-pretense. No grupo estão técnicos e atletas vitoriosos do esporte local, como Paulo César dos Santos, o Jatobá, do CAD, Ramon Arnal Carrasco Júnior, do xadrez, Luciane Silveira, do handebol, Cleide Castro, da ginástica, Vânia Grippe, da ginástica, Anderson da Silva Ferreira e Rogério Lopes, ambos do futebol e Eliandra Amâncio, no esporte comunitário. Todos representam a cidade há muitos anos em Jogos Regionais, Jogos Abertos do Interior, tendo trazido para Rio Preto muitos títulos. “Esperamos que o prefeito Edinho possa regularizar os pagamentos. O Movimento não vai parar, mesmo com tudo normalizando, estaremos criando várias ações com propostas para o nosso esporte”, afirma Jatobá.

Ramon comenta que foram realizadas manifestações com o objetivo de mostrar a realidade do esporte e da situação dos profissionais. “Todos são profissionais e não podem ser abandonados ao simples destino dessa maneira, ainda mais no meio de uma pandemia. Possuem contas para pagar, precisam se alimentar. Solicitamos a flexibilização para a volta das atividades e as aulas online , com proposta de realizarmos nas plataformas gratuitas que existem disponíveis”, afirmou.

A situação é tão delicada que o Movimento está organizando também algumas lives para conseguir arrecadar alimentos que serão doados para professores e atletas que estão necessitando de ajuda. “Está muito complicado. Basta imaginar que você recebe um salário e de repente esse salário some por dois meses. Isso não pode acontecer. É preciso bom senso de todos que estão no poder para que isso se resolve urgente. Com as lives pretendemos atingir também outras pessoas que nesse momento de pandemia estão em situação de vulnerabilidade”, afirmou Rogério Lopes.

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